O mês de dezembro é destinado a esclarecer aspectos importantes sobre o câncer de pele, como forma de conscientizar as pessoas sobre a prevenção e o diagnóstico precoce. Nesse contexto, a médica dermatologista do Hospital Beneficente Santa Terezinha (HBST), titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e mestre em Dermatologia Pediátrica, Dra. Evódie Inês Fernandes, traz dicas e cuidados sobre o tema.
 

"A Sociedade Brasileira de Dermatologia lançou a campanha Dezembro Laranja 2023, com o título: “Seu sol, Sua pele e Sua proteção. Cada um com a sua prevenção”, para salientar a importância de individualizar os cuidados com a pele na prevenção do câncer de pele", destaca a médica. "Em diversas situações do dia a dia, seja no lazer ou no trabalho, a proteção aos efeitos do sol é fundamental, tanto para evitar manchas e envelhecimento precoce, quanto para prevenir doenças como o câncer de pele".

O câncer de pele é o tumor de maior frequência no país e no mundo, com cerca de 185 mil novos casos por ano no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). "Pessoas com todos os tipos de pele devem tomar cuidado com a exposição excessiva ao sol. Os homens, principalmente, em situações não recreativas, têm mais dificuldade em usar o protetor solar. As mulheres são mais receptivas", diz a especialista.
 

Cuidados na exposição ao sol
"É importante reforçar as medidas fotoprotetoras para uma pele saudável em todos os momentos de exposição ao sol, evitando o pico dos raios ultravioleta (das 10h às 15h), usando filtro solar com fator de proteção alto, roupa adequada, chapéu e óculos de sol", explica a médica. 

Conheça alguns tipos de câncer de pele:
O câncer da pele é o câncer mais comum entre os brasileiros, representando 33% de todos os diagnósticos da doença. Ele é provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele e pode ser subdividido em diferentes tipos:

Carcinoma basocelular (CBC)
É o tipo mais prevalente e surge mais frequentemente em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Tem baixa letalidade e pode ser curado em caso de detecção precoce. Costuma se apresentar como uma pápula vermelha, brilhosa, com uma crosta central, que pode sangrar com facilidade. 

Carcinoma espinocelular (CEC)
Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo e pescoço. Tem coloração avermelhada e pode se parecer com uma verruga ou uma ferida espessa e descamativa, que não cicatriza. 

Melanoma
O menos frequente dos cânceres da pele, o melanoma tem o mais alto índice de mortalidade. Apesar disso, as chances de cura são de mais de 90%, quando detectado precocemente. Costuma ter a aparência de uma pinta ou de um sinal em tons acastanhados ou enegrecidos, que mudam de cor, de formato ou de tamanho. 

"Informação e prevenção são fundamentais para evitar a doença. Em casos suspeitos recomenda-se uma consulta com um médico dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia", destaca a profissional.

Fatores de risco
Alguns fatores podem elevar os riscos para ter câncer de pele:
- ter alguém na família que tem ou já teve câncer da pele;
- já ter tido muitas queimaduras de sol durante a vida, daquelas que deixam a pele muito vermelha e ardendo;
- ter muitas sardas ou pintas pelo corpo;
- ter a pele muito clara, do tipo que sempre queima ao sol, fica vermelha e nunca bronzeia;
- já ter tido câncer da pele;
- ter mais de 65 anos.

Como se prevenir
Apesar dos fatores de risco, qualquer pessoa está sujeita a ter câncer da pele. A melhor maneira de se proteger dessa doença, de manchas e de 
envelhecimento precoce é a prevenção:
- aplique protetor solar FPS 30 ou maior diariamente;
- use camiseta e chapéu;
- não se esqueça dos óculos de sol com proteção UV;
- evite o sol entre 10h e 15h;
- consulte sempre um médico dermatologista para monitoramento anual e avaliar sinais suspeitos.

Sinais que podem indicar câncer da pele:
- a lesão na pele é elevada e brilhante, de cor avermelhada, esbranquiçada, acastanhada, rósea ou multicolorida e sangra facilmente;
- uma pinta preta ou acastanhada que muda de cor, tem bordas irregulares e cresce;
- a mancha ou ferida não cicatriza e pode (ou não) apresentar coceira, crostas e sangramento.

Regra do ABCDE
Uma lesão suspeita apresenta: 
- assimetria;
- borda (bordas irregulares);
- cor (duas ou mais cores);
- diâmetro (maior que 5 milímetros);
- evolução (mudança de tamanho, forma e cor).

"Consulte um médico dermatologista caso perceba uma lesão com alguma dessas características e lembre-se de que a proteção ao sol deve ser um hábito. Um hábito para uma vida mais saudável", ressalta a dermatologista.