O mês de novembro, tradicionalmente conhecido pela cor azul, que alerta sobre a prevenção ao câncer de próstata, há alguns anos também é conhecido por chamar a atenção da população a partir da cor roxa. 
 

O Novembro Roxo e, especialmente, o dia 17, Dia Mundial da Prematuridade, têm o objetivo de conscientizar as pessoas sobre os cuidados e a prevenção do parto prematuro.

A médica intensivista pediátrica do Hospital Beneficente Santa Terezinha (HBST), Dra. Kailene Serena Spessato, destaca a importância de alertar a população sobre o tema, pois a prematuridade pode ocasionar eventualmente implicações no recém-nascido e o assunto precisa ser debatido para haver uma mudança dessa realidade. "Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, cerca de 340 mil bebês nascem prematuros todo ano. São consideradas prematuras crianças que nascem antes de 37 semanas de gestação", explica.

Conforme a pediatra, a prevenção da prematuridade se inicia antes mesmo da gestação, com o planejamento familiar, seguido de acompanhamento pré-natal adequado, um parto seguro, de qualidade e sem impactos na saúde da mulher e do recém-nascido. 

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) algumas recomendações melhoram os índices de sobrevivência e a saúde de bebês nascidos precocemente. Entre elas, contato pele a pele com a mãe ou pai/cuidador, chamado de "método canguru", que deve ser iniciado imediatamente após o nascimento, quando possível, onde o bebê tem o contato direto com a pele da mãe ou do pai, o que pode ser continuado diariamente. "Em 2023, a campanha global enfatiza benefícios do contato pele a pele precoce entre recém-nascido e seus pais, especialmente para bebês prematuros extremos com o tema 'Pequenas ações, GRANDE IMPACTO: contato pele a pele imediato para todos os bebês, em todos os lugares'", afirma a médica.

PRIMEIRO ATENDIMENTO É DECISIVO

Rafael e Janaína Gomes Cornelli, 42 anos, são pais de João Pedro, de 3 anos. A criança nasceu no dia 19 de março de 2020, com 24 semanas e 5 dias e pesava 750 gramas. Esse caso é considerado prematuro extremo. Segundo a mãe, a gravidez foi planejada e seguiu à risca os exames e consultas do pré-natal. "Com 24 semanas, eu entrei em trabalho de parto prematuro e internei. Junto com a minha obstetra, esgotamos as possibilidades de se dar esse trabalho de parto. Fizemos tudo o que era possível dentro dos recursos que a gente tem no nosso hospital", explica Janaína, técnica em enfermagem do Hospital Beneficente Santa Terezinha (HBST). 

Após receber os primeiros atendimentos na casa de saúde encantadense, a criança ficou quatro meses internada na UTI Neonatal do Hospital Bruno Born, em Lajeado. "Foi um período muito difícil, no auge da pandemia, o que impediu aquele vínculo direto, 24 horas, da mãe e do pai com o bebê. Então, a gente ia e voltava todos os dias a Lajeado para ver o João", lembra.

Janaína ressalta que os primeiros cuidados recebidos no HBST foram fundamentais para a vida do filho. "O nosso hospital está preparado, tem profissionais capacitados para isso e nós somos a prova. Porque um bebê com 750 gramas sobreviver, por mais que a tecnologia seja avançada, a gente sabe que é decisivo o primeiro atendimento", comenta.

ORIGEM DO DIA

No dia 17 de novembro é comemorado o Dia Mundial da Prematuridade, data escolhida pelo significado especial para um dos fundadores da EFCNI (European Foundation for the Care of Newborn Infants) que, após a morte de seus trigêmeos prematuros, tornou-se pai de uma filha nascida em 17 de novembro de 2008.

A COR ROXA

O roxo simboliza sensibilidade e individualidade, características que são muito peculiares aos prematuros. O roxo também significa transmutação, ou seja, mudança, transformação.