No mês da campanha Outubro Rosa, destinado a incentivar mulheres a prevenir o câncer de mama e a reforçar a necessidade do diagnóstico precoce, o Hospital Beneficente Santa Terezinha (HBST), em parceria com a Liga Feminina de Combate ao Câncer de Encantado, promove ação. A fachada  e a entrada principal da Casa de Saúde estão com decoração especial e detalhes na cor rosa. 

O Centro de Diagnóstico de Imagem (CDI), que fica junto ao Centro de Saúde São Camilo, também está decorado com as cores alusivas ao Outubro Rosa. No espaço também fica o aparelho de mamografia digital que realiza cerca de 450 exames por mês, auxiliando no diagnóstico e no aumento da taxa de cura de inúmeras mulheres.

Para reforçar a importância da realização da mamografia, a médica radiologista do HBST, Dra. Fernanda Jornada, esclarece as principais dúvidas sobre o exame que auxilia na prevenção e detecção do câncer de mama. 

Qual o papel da mamografia na saúde da mulher? A mamografia é um exame de imagem das mamas que ajuda a detectar possíveis sinais de câncer de mama antes mesmo do nódulo ser formado. O exame é capaz de identificar lesões, microcalcificações e nódulos.

Qual a importância da mamografia no diagnóstico precoce? A mamografia é o principal método de diagnóstico do câncer de mama em estágio inicial, capaz de detectar alterações ainda não palpáveis. A sensibilidade desse procedimento varia segundo a idade da paciente, a densidade da mama, o tamanho, a localização e o aspecto mamográfico do tumor. O câncer de mama é o mais frequente entre as mulheres, excetuando o câncer de pele não melanoma, e também a principal causa de morte por câncer entre as mulheres no Brasil. Estudos apontam que 1 em cada 10 mulheres poderá desenvolver câncer de mama ao longo da vida. Então, a mamografia vem para nos auxiliar no rastreamento desse tipo de tumor.

O autoexame pode substituir o exame de mamografia? O autoexame não substitui a mamografia, já que o autoexame não detecta os tumores menores que 1,0 cm e também depende muito da sensibilidade da paciente, com taxas de falso negativo e positivo. Mas o autoexame é importante e válido para a paciente aprender a conhecer a anatomia da sua mama. O câncer de mama, em seus estágios iniciais, se apresenta por meio de microcalcificações, que também são imperceptíveis ao toque.
 

Como é o exame de mamografia? A mama é colocada entre duas placas e a máquina emite os raios X que vão criar a imagem radiológica. Com essa imagem em mãos os médicos são capazes de analisar a saúde das mamas e identificar se existem, ou não, nódulos, microcalcificações, retrações e podem, com isso, acompanhar ao longo dos anos a imagem da mama das pacientes por meio de comparação dos exames.

Existe algum outro procedimento que possa substituir a mamografia? A ultrassonografia pode ser utilizada como teste complementar, em conjunto com a mamografia, em pacientes de risco aumentado para câncer de mama, quando a Ressonância Magnética não estiver disponível ou em pacientes com mama densa. Também pode ser utilizada como ferramenta única de rastreamento somente quando a mamografia não puder ser realizada.

Quem amamenta pode fazer o exame? Pode ser realizado, embora o exame fique mais difícil porque a mama fica com mais tecido denso e a paciente eventualmente pode ter mais sensibilidade.

O exame de mamografia precisa de algum preparo? Trazer pedido médico do exame, trazer exames anteriores da região a ser examinada, como Mamografia, Ultrassonografia de Mamas, Biópsias a fim de comparação. Atualmente, o método de laudos mais usado e aceito é através das categorias BIRADS, onde é extremamente importante estudos anteriores para correlação. Isso pode inclusive mudar a categoria do BIRADS que a paciente se encontra. No dia do exame, não utilizar cremes, talco, desodorante e gel nas mamas e axilas. De preferência, agendar o exame para o período pós-menstrual, quando as mamas estão menos doloridas.

Qual a idade indicada para começar a fazer a mamografia? É necessário fazer anualmente? De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), do Ministério da Saúde, as mulheres devem começar a fazer mamografia a partir dos 50 anos e a cada dois anos. Já a Sociedade Brasileira de Mastologia, o Colégio Brasileiro de Radiologia e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia preconizam o seguinte: risco habitual (a maioria das mulheres): iniciar aos 40 anos e realizar a mamografia anualmente. Deverá manter essa rotina enquanto estiver bem de saúde, com expectativa de vida acima de 7 a 10 anos; risco intermediário (mulheres com mamas densas estão incluídas aqui): devem realizar mamografia anualmente a partir dos 40 anos e considerar a ultrassonografia complementar; e risco aumentado (mulheres com fatores genéticos ou familiares, principalmente câncer de mama e/ou ovário na família, em parentes de 1º Grau e idade jovem): iniciar a mamografia 10 anos antes da idade em que o parente mais jovem com câncer foi diagnosticado. 

O HBST possui um mamógrafo digital disponível para a realização de exames. Qual o seu principal diferencial? A mamografia convencional é realizada sem o uso de um computador e necessita de revelação do filme da maneira convencional, com produtos químicos. Já a mamografia digital é realizada com o auxílio de um computador e, com isso, as imagens ficam gravadas de forma digital. A aquisição do equipamento garante mais qualidade no atendimento às pacientes, sobretudo, pela precisão e clareza das imagens em alta definição durante a realização dos exames de mamografia, contribuindo para um diagnóstico mais assertivo e de qualidade. Além disso, o mamógrafo conta com a estereotaxia digital, instrumento capaz de localizar especificamente a área da mama que passará por biópsia.
 

O conteúdo também teve como base de informação - Diretrizes para a detecção precoce do câncer de mama no Brasil, Febrasgo e BIRADS.